março 22, 2016

Amor







Algumas pessoas olham para mim como se fosse maluca.
 Como se ter optado por outra filha já fosse um acto de loucura.
Mas não foi. 

Sempre quis muitos filhos. Depois do Avc, quero 4, se me permitirem ter. A adaptação a esta realidade ainda dói. Mas doía muito mais se não pudesse ter nenhum. E para quem acha que isso dá muito trabalho, não se preocupem...nunca as hei-de deixar em vossa casa! 

Óbvio que criar um filho dá trabalho. Óbvio que custa dinheiro. Há tanta coisa óbvia que até me chateia estarem sempre a falar nisso.

Eu prefiro o menos óbvio: o amor. Quem tem um filho tem de pensar se vai conseguir dar-lhe amor. Se conseguirá, na lufa-lufa que são os dias de hoje, dar-lhe atenção. Se conseguirá ir assistir a um treino de futebol ou a uma peça de teatro na escola.

Claro que o dinheiro faz falta...faz falta a toda a gente. Mas não é isso que me preocupa. Quem segue este blog sabe que há uma preocupação proeminente na minha cabeça: a atenção que conseguirei dar às 2. Nunca deixarei que falte nada às minhas filhas, e se para isso tiver de começar a trabalhar, então começarei sem qualquer tipo de problemas. As crianças que têm mães trabalhadoras também podem (e devem) receber amor destas.

Há muitas formas de mostrar o amor que se tem a um filho. Os pais (maioritariamente homens) que vão para o estrangeiro, ganhar dinheiro para sustentar os filhos, têm um amor infinito por eles. Por isso é que vão. Por isso é que largam tudo, e vão. E há outros...outros pais que só têm dinheiro. Não conseguem ter mais nada. Portanto isso de ter dinheiro para ter filhos tem muito que se lhe diga. Quantos filhos de juízes ou médicos ou empresários (não estou a generalizar, atenção) não trocavam o seu Iphone/Ipad/Mac por ter o pai a assistir com eles um Benfica-Belenenses, por exemplo?

E reparem que não estou a defender o amor e uma cabana, que sei que na cabana também não há as condições para dar tudo o que uma criança precisa. Óbvio que tem de haver dinheiro para a comida, para a educação (cada vez mais cara), para comprar o bilhete para o tal jogo Benfica-Belenenses.

O que quero dizer com isto, é que há coisas que não se compram.

Beijinhos

2 comentários:

  1. Sem querer ser mal interpretada, hoje fui a uma entrevista de emprego, estou desempregada há 4 anos e tenho dois filhos, e sim hoje em dia não conta só o fator idade, mãe com filhos é vista como alguém que vai estar sempre a faltar, e que não pode fazer noites, e horários malucos, incluindo os fins de semana...ou não houvessem mães médicas e enfermeiras, e outras profissões assim malucas...não é por questões financeiras, é que a dada altura da nossa vida começamos a perceber, que estar empregada é uma mais valia social e pessoal.

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    1. Sei o que quer dizer...Eu própria fui despedida quando disse ao meu patrão que estava grávida...mas isso é um problema de Portugal e não das mães...

      Beijinhos

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